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Jogos Diversos: Criando games em Pirituba :: São Paulo

Venom era um rapaz pobre. Surge um homem, e pergunta a ele se estava abandonado. Ele confirma. O homem o leva para sua casa, da comida, banho. Ele vai à loteria, e Venom acha um papel premiado. Ganha na loteria, e fica rico!


Um nerd, em uma escola, fica isolado e triste. Se revolta, e mata todo mundo. Fica mais triste ainda, e tudo começou a dar errado na vida dele. No final, ele se mata.


Um menino mora em um abrigo. Um dia, um casal tentou adota-lo, mas acabou adotando o seu irmão. Tentando encontrar seu irmão, o menino planeja fugir para reencontrá-lo. “Nunca iremos nos separar”, disse o irmão.


Fake News, de Júlia Vitória e Fernanda Kethlin


Realidade, imaginação, ou as duas coisas misturadas. Histórias de pessoas contadas por elas mesmas, com elas mesmas. Um espaço de escuta que possui suas dificuldades, mas essencial para que histórias como estas deixem de ser invisibilizadas.


E não poderia ser de outra forma. Estas histórias foram contadas através de videogames. De esboços de videogames.


Games criados na periferia. Com as pessoas. Cheio de apertos, como o tempo, a agitação das turmas ou o cansaço mesmo. Mas também com muitas coisas boas.


Turma de Jogos Diversos :: Projeto Amigos das Crianças :: Pirituba :: São Paulo


Depois de meses criando, tivemos um dia para comemorar. Um dia de festa, onde todos nós pudemos jogar videogames. Não aqueles tradicionais, mas jogos diversos. Trabalhos criados ali, naquele mesmo local. Nada de Call of Duty, Fifa ou Free Fire.


Vamos tentar fazer as coisas acontecerem de forma um pouco diferente. Fazer jogos que partam de grupos diferentes dos tradicionais exige novas formas de pensar, aprender e circular. Todos os nomes merecem estar aqui. Não existe destaque. O Destaque são todes. Sim, um dia estes trabalhos poderão circular e gerar renda para a comunidade, mas não da forma super competitiva que temos na indústria. Eu, Jaderson, tenho os meus preferidos, claro. Assim como tenho minhas preferências musicais, de jogos da indústria ou de filmes. Mas aqui não se trata de uma opinião pessoal, mas da possibilidade de fazermos algo diferente em prol de nossa vizinhança e de nós mesmos.


Talvez esta seja a primeira lista, a primeira vez que estes nomes aparecem na internet. E que seja a primeira de muitas.


A ilha Perdida, de Breno da Silva

A Zona Segura, de Emily Caroline e Suelen Santos

O Coração de Veterna, de Ryan da Silva Pinto

O Homem Venom, de amuel Vasconcelos

WWE, de Nicolas Ferreira

Em Busca da Flor, de Vitor Simoneto

Cyberbulling, de Edgar Oliveira

Um Dia Tranquilo, de Nicloas Fernando

Magnolia, de Ruan Gomes

O Menino Adotado, de José Silva

Fake News, de Júlia Vitória e Fernanda Kethlin

A Hora do Espanto, de Marcos Henrique

Ilha do Pirata, de Kelvin Souza

Desigualdade, de Emily Domingos



E foi assim que passamos um dia inteiro jogando nossos próprios games! Levamos também a Amora, segundo jogo da Game e Arte e título que construímos com a mesma ferramenta utilizada durante os nossos encontros.


Claro, vimos alguns outros jogos de celular circulando pelo espaço, mas quem disse que eles não podem coexistir? Jogo diverso é sobre possibilidades, sobre repertório, e de maneira alguma poderia ser um espaço de exclusão. Ao contrário. Formar pessoas empoderadas, que pensam sobre sua relação com a tecnologia. Que contestam um modelo de consumo cada vez mais acelerado. Que compreendam o labor dentro dos processos de criação. Que saibam que, por trás de todo jogo diverso, há pessoas que se dedicam à estudar, aprender e construir jogos sobre nós mesmos. Que podemos resistir, ouvir e recontar nossas histórias, cujas classes sociais mais altas insistem em calar. Que, ao invés de idolatrar pessoas distantes e em posição de absoluto poder, se tornem fãs delas mesmas, de pessoas que vivem ao seu redor e que realmente se importam.


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Sobre o programa


O trabalho nas comunidades acompanha a pesquisa de doutorado em andamento pelo Diversitas - Usp, esta intitulada de Jogos Diversos: Produção Partilhada do Conhecimento nos jogos digitais.


Buscando descentralizar a produção e iniciar um movimento de empoderamento, a intenção do trabalho é a reivindicação do protagonismo do lugar de fala de minorias discriminadas. Tal reivindicação passa pela produção de jogos digitais diversos, obras produzidas através da parceria entre pesquisadores, técnicos e a comunidade.


Você pode ler mais sobre a pesquisa aqui!


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